"[...] A mulher anda pela Terra com os pés no chão. Ela não sonha, ela mantém os olhos bem abertos. Ela não acredita, como o homem, que pode viver um grande amor a cada sexta-feira, que enfeitiçará eternamente o sexo oposto, que ainda alcançará a fama, o sucesso, a fortuna, o poder.
Ao contrário do homem.
O homem crê que será capaz de grandes façanhas. Que a posteridade se lembrará dele. Crê-se imortal. Pobre iludido.
O homem está sempre correndo o risco de parecer ridículo, por conta dessa deficiência. Porque ele está sempre se arriscando, concebendo ideologias, lutando por elas. O homem tenta dar sentido à existência. A mulher sabe que o sentido da existência é existir.
É assim: nós homens somos românticos; as mulheres são práticas.[...]"
*Trecho do livro Jogo de Damas - Uma história de grandes mulheres, grandes homens e grandes fatos que determinarama supremacia feminina. p. 13
Colaboradores
Cara Nova!!
É pessoal ano novo, Blog obliterado.
Como vocês podem ver o nome do Blog tornou-se "www.E aí?".
Por que esse nome estranho?
Simples (ou não), porque "www" precede todos os sites da internet,
logo, toda a informação também. O "E aí?" se refere a vocês leitores.
Bom, esperamos suas opiniões, suas criticas e ideias.
É, queremos ter contato com vocês!
Espero que gostem das próximas postagens
(e se não gostarem critiquem sem dó nem piedade), até.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Viver o Hoje no Hoje - Frei Jaime Bettega
"[...]Vamos viver o hoje no hoje. Isso mesmo. O tempo que passou, não volta mais; o tempo que ainda não chegou, não nos pertence. Diante de nós está o agora, o momento presente. Saudades do ontem? Isso faz bem. Apreensão diante do amanhã? De nada adianta. Convém, então, ser estratégico, vivendo bem cada momento. Parar no tempo? Nem pensar.[...]"
*Trecho da coluna publicada no jornal Pioneiro no dia 23/01/2012
*Trecho da coluna publicada no jornal Pioneiro no dia 23/01/2012
domingo, 22 de janeiro de 2012
Antes Das Vacas - David Coimbra
Nosso problema é que temos a cabeça grande demais. Precisamos dela a fim de guardar um cérebro bem maior do que o dos outros animais. Óbvio: um cérebro tão grande nos proporcionou vantagens. Conseguimos submeter feras muito mais fortes e ágeis, conseguimos controlar a natureza, conseguimos inventar o YouTube, onde assistimos a toda a exuberância da Laisa no BBB.
O problema a que me refiro é sentido por nossas queridas mães quando do nosso nascimento. O nenê, mesmo a contragosto, tem de sair de dentro da mãe. Como fazê-lo com aquela cabeça enorme? Dureza. Mas a evolução, sábia e prática como sempre, concebeu uma solução: fez com que os nenês nascessem com o cérebro não completamente formado. Assim, a cabeça que, blop, salta para fora do corpo da mulher parideira não é a mesma que será depois de alguns anos. Sai mole e mínima, torna-se robusta e dura de pedra.
Foi um desenlace inteligente da natureza, mas acarretou uma consequência:as crianças necessitam de proteção e cuidado dos pais até que seus cérebros fiquem prontos. Leva tempo. Nos primeiros anos, elas não possuem instrumentos para se virar sozinhas, como ocorre com os filhotes dos outros bichos todos.
A dependência que os filhotes de seres humanos têm dos adultos gerou um estilo de vida em que os seres humanos são interdependentes uns dos outros:o sedentarismo. E, o que é formidável, acarretou esse tipo de contingência a outras espécies. O cachorro, por exemplo. O cachorro só existe porque o homem existe. Há 100 mil anos não havia cães, apenas lobos. O ser humano é que aprendeu a domesticar os lobos, que se transformaram gradualmente em cães. Então, todos os cachorros ,todos, até essas miniaturas repugnantes com rabo de pompom, são descendentes dos nobres e ferozes lobos.
Domesticados, os cachorros nascem dependentes do homem. Se não conviverem de alguma forma com os seres humanos, não conseguem sobreviver. Não é à toa que se fazem de nossos melhores amigos, nos abanam o rabinho,nos olham com submissão:puro interesse.
A vaca, a mesma coisa. Vacas, bois e outros da família bovina são descendentes dos bravos uros. O uro era uma espécie de touro de dois metros de altura e chifres recurvos de metro e meio. Foram extintos no começo do século 17.Júlio César, que viu muito uro na vida, os descreveu como feras "pouco menores do que os elefantes”. Os uros eram perigosos e quase indomáveis. Só não eram totalmente indomáveis porque foram domados, se transformaram no boi doméstico e desapareceram na história. E agora o boi só consegue viver sob a proteção do homem.
Pois os filhotes humanos, que são a razão mesma do sedentarismo e da existência de cães e vacas, agora estão passando por processo exatamente igual ao que passaram os ancestrais dos cães e das vacas. Criadas no confinamento dos apartamentos, superprotegidas por pais que, com razão, temem a violência urbana, as crianças estão se transformando em jovens cada vez mais dependentes dos adultos. Homiziam-se na casa paterna até bem depois dos 30 anos. Quarentões comportam-secomoadolescentes. Mulheresfeitas como menininhas. E até a lei, isto é, o Estado, tenta contemplá-los:meses atrás, a deputada Manuela propôs meia-entrada para “jovens” estudantes de até 29 anos. Tudo mudou. Tudo se transforma, já disse Lavoisier. Mas nem sempre mudança é evolução.
* Texto publicado na Zero Hora no dia 20/01/2012.
O problema a que me refiro é sentido por nossas queridas mães quando do nosso nascimento. O nenê, mesmo a contragosto, tem de sair de dentro da mãe. Como fazê-lo com aquela cabeça enorme? Dureza. Mas a evolução, sábia e prática como sempre, concebeu uma solução: fez com que os nenês nascessem com o cérebro não completamente formado. Assim, a cabeça que, blop, salta para fora do corpo da mulher parideira não é a mesma que será depois de alguns anos. Sai mole e mínima, torna-se robusta e dura de pedra.
Foi um desenlace inteligente da natureza, mas acarretou uma consequência:as crianças necessitam de proteção e cuidado dos pais até que seus cérebros fiquem prontos. Leva tempo. Nos primeiros anos, elas não possuem instrumentos para se virar sozinhas, como ocorre com os filhotes dos outros bichos todos.
A dependência que os filhotes de seres humanos têm dos adultos gerou um estilo de vida em que os seres humanos são interdependentes uns dos outros:o sedentarismo. E, o que é formidável, acarretou esse tipo de contingência a outras espécies. O cachorro, por exemplo. O cachorro só existe porque o homem existe. Há 100 mil anos não havia cães, apenas lobos. O ser humano é que aprendeu a domesticar os lobos, que se transformaram gradualmente em cães. Então, todos os cachorros ,todos, até essas miniaturas repugnantes com rabo de pompom, são descendentes dos nobres e ferozes lobos.
Domesticados, os cachorros nascem dependentes do homem. Se não conviverem de alguma forma com os seres humanos, não conseguem sobreviver. Não é à toa que se fazem de nossos melhores amigos, nos abanam o rabinho,nos olham com submissão:puro interesse.
A vaca, a mesma coisa. Vacas, bois e outros da família bovina são descendentes dos bravos uros. O uro era uma espécie de touro de dois metros de altura e chifres recurvos de metro e meio. Foram extintos no começo do século 17.Júlio César, que viu muito uro na vida, os descreveu como feras "pouco menores do que os elefantes”. Os uros eram perigosos e quase indomáveis. Só não eram totalmente indomáveis porque foram domados, se transformaram no boi doméstico e desapareceram na história. E agora o boi só consegue viver sob a proteção do homem.
Pois os filhotes humanos, que são a razão mesma do sedentarismo e da existência de cães e vacas, agora estão passando por processo exatamente igual ao que passaram os ancestrais dos cães e das vacas. Criadas no confinamento dos apartamentos, superprotegidas por pais que, com razão, temem a violência urbana, as crianças estão se transformando em jovens cada vez mais dependentes dos adultos. Homiziam-se na casa paterna até bem depois dos 30 anos. Quarentões comportam-secomoadolescentes. Mulheresfeitas como menininhas. E até a lei, isto é, o Estado, tenta contemplá-los:meses atrás, a deputada Manuela propôs meia-entrada para “jovens” estudantes de até 29 anos. Tudo mudou. Tudo se transforma, já disse Lavoisier. Mas nem sempre mudança é evolução.
* Texto publicado na Zero Hora no dia 20/01/2012.
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